junho 29, 2009

Um simples teste de sociabilidade...



Os introvertidos são categorizados pelos cientistas em estudo divulgado pela BBC, por aqueles indivíduos que respondem mais rapidamente aos estímulos externos, como comida ou contatos pessoais. A hipótese utilizada é que seu antagonismo, os extrovertidos, não reagem tanto aos mesmos estímulos, pois eles os buscariam no ambiente naturalmente. Um teste simples para determinar o seu grau de extroversão é pingar uma gota de limão na língua, quanto mais saliva você produzir, mais seu corpo está reagindo ao (forte) estímulo externo, então mais introvertido você tende a ser. Use bolas de algodão para coletar a saliva produzida após ficar alguns segundos com o suco de limão na boca, e depois pese-as em um balança de cozinha; compare então com os resultados de amigos. Só é preciso tomar cuidado para não estar com sede para não afetar os resultados; e nem pense em tornar o teste um pouquinho mais brasileiro ao trocar o limão pela caipirinha, pois aí o teste provavelmente acusaria todo mundo como extrovertido.



junho 26, 2009

Crie a sua própria economia

cowen

“Create your own economy” é o novo livro de Tyler Cowen, economista e autor do blog de economia mais popular dos EUA, o Marginal Revolution. Em seu artigo para a revista Fast Company, defende que, cada vez mais, o aumento de bem-estar depende de satisfação mental quase independente de recursos físicos. Ele elabora:

More and more, "production" -- that word my fellow economists have worked over for generations -- has become interior to the human mind rather than set on a factory floor. A tweet may not look like much, but its value lies in the mental dimension. You use Twitter, Facebook, MySpace, and other Web services to construct a complex meld of stories, images, and feelings in your mind. No single bit seems weighty on its own, but the resulting blend is rich in joy, emotion, and suspense. This is a new form of drama, and it plays out inside us -- with technological assistance -- rather than on a public stage.

junho 25, 2009

A beleza que só as mulheres vêem...



Uma pesquisa da Universidade da Carlifórnia - Irvine afirma que as mulherem têm uma percepção da beleza mais aguda que os homens. As razões levantas pelos pesquisadores estão associdadas ao nosso passado caçador-coletor e a divisão de trabalho que se observava naquela época. Homens se especializavam em ter uma visão mais abrangente ou espacial, fundamental para a caça, e as mulheres para trabalhos mais detalhados. É fato que os homens são menos atentos às nuances da beleza, mas não se pode dizer que as mulheres acertam sempre neste quesito também.

junho 24, 2009

Darwin: museu inglês oferece tour virtual

Besouro
No ano em que se comemora 200 anos do nascimento de Darwin e 150 anos da publicação da “Origem das Espécies”, o museu Fitzwilliam, em Cambridge, oferece um resumo virtual da sua exposição sobre o naturalista.
In On the Origin of Species, Darwin claimed that there was a continual ’struggle for existence’ in nature, in which only the fittest would survive. This theory came partly from his reading of Thomas Malthus’s Essay on the Principle of Population. Malthus and his followers believed that the earth could never support the numbers of human beings and other creatures that were born. For Darwin, the inevitability of a struggle for survival was the key to evolution by ‘natural selection’ (…) New species very gradually came into being, while many old species became extinct.
A SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) também criou um site sobre o assunto, que inclui uma ótima relação dos livros de Darwin e sites sobre o assunto disponíveis na net:

Darwin
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junho 23, 2009

Diferencial de educação piora a distribuição de renda

Os economistas americanos Claudia Goldin e Lawrence Katz estudaram as razões para a elevação na desigualdade de renda entre os americanos nas últimas décadas. A razão encontrada pelos autores é a diminuição da taxa de crescimento da educação nos EUA, mais do que a desigualdade de renda, o que cresce é a disparidade na formação dos americanos. Quanto mais trabalhadores qualificados, maior é o crescimento dos salários de todas as classes de renda; por outro lado, em um mundo de tecnologia que substitui a mão-de-obra desqualificada, não estudar é sinônimo de estagnação na ascensão social. No Brasil, a desigualdade vem caindo timidamente nos últimos anos, talvez em função da renda gerada por programas para os mais pobres, como o Bolsa-família. Mas se a analogia com o caso americano é válida, o programa não deveria nunca ter mudado de nome.



junho 20, 2009

Países: salário x eficiência dos parlamentares

Parlamentares - sal x governanca
Esse mapa do Shakeup Media é simples e brilhante (clique nele). Classifica os parlamentares de cada país sob dois critérios:
  1. Quanto maior for a distância do centro, a cruz amarela, maior o salário dos parlamentares como múltiplo da renda per capita do país em questão.
  2. Em relação a linha amarela, quanto maior for o ângulo (no sentido anti-horário), pior é a governança, estabelecida como uma ponderação de três critérios:
Quem está bem na foto?

Suíça, Luxemburgo e Islândia, por exemplo, estão muito bem. Quase colados na linha amarela (no sentido anti-horário), implicando ótima governança. Pagam menos do que a renda per capita do país aos seus parlamentares. Quer dizer, seus políticos oferecem excelente retorno a custo pequeno, para o poder de compra do país.

Um doce para quem encontrar o Brasil – estamos muito distantes do centro, a cruz amarela. Usando o mouse, você vai precisar navegar no mapa a noroeste (uns 135 graus) da linha amarela para achar, lá longe, nossa posição. Bem depois (mais caro) e um pouco acima (governança melhor) da África do Sul.
Brasil
Pagamos aos parlamentares 22,4 vezes a nossa renda per capita. Verdade, nossa governança é bem melhor que a do Chad, que dá uma volta de quase 360 graus no mapa. Em compensação, o Chad paga relativamente pouco aos seus parlamentares, 2,2 vezes a sua renda per capita.

Entre parênteses, quantas vezes os parlamentares ganham em relação PIB/capita do seu país.

Na mesma faixa de qualidade de governança do Brasil (22,4 vezes) estão países como Botsuana (1,9), Polônia (2,5), Tailândia (4,9), México (6,7) e Turquia (7,3).

E entre os países de melhor governança do mundo: Suíça (0,6), Islândia (0,7), Luxemburgo (0,9), Noruega (1,0), Canadá (1,7), Suécia (2,2), EUA (4,2).

Ok. Os países desenvolvidos têm renda per capita alta. Então, é natural que seus parlamentares não ganhem um múltiplo grande dessa renda. Mas o que dizer de nós, que pagamos salário de país rico e recebemos desempenho pra lá de medíocre? Além de ganhar pizza quando descobrimos uma picaretagem.

Explore você mesmo o mapa.

Adendo: fomos batidos pela Argentina. Lá, os parlamentares ganham 35,7 vezes a renda per capita. No ranking de corrupção, estamos na posição 80 e a Argentina 109. Quanto maior o número, pior.

Dica: Raul Bueno, professor e arquiteto antenadíssimo, que dá preciosas contribuições a esse blog.
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junho 18, 2009

Mercado na rédea curta?



O presidente Obama anuncia uma série de medidas para expandir a regulação do mercado financeiro. A crise deve-se em parte da ausência de transparência dos negócios financeiros, que assumiram importância desproporcional na economia e acabaram pondo em risco a estabilidade do sistema como um todo; assim, há necessidade de uma atualização regulatória. No entanto, há uma expectativa errônea de que um mercado sem risco possa ser criado, ou que estaremos protegidos dele pela legislação apropriada. O capitalismo gera riquezas ao premiar o tomador de risco, isto é fato, mas também precisa penalizar aqueles que tomam riscos desnecessários, sob pena de vê-los repetidos; o governo não pode ser um seguro para tudo. Não é viável politicamente culpar a crise também pelo comportamento irresponsável de milhares de americanos, que se endividavam para comprar casas cada vez maiores na expectativa de que elas subissem de preço para sempre, mas proteger as pessoas de si mesmas não é sempre possível, nem mesmo para um presidente assim rápido no gatilho.


junho 17, 2009

Paul Krugman delineia um futuro gelado

paul_krugman

Paul Krugman, prêmio Nobel de Economia de 2008, acredita que o mundo mergulhou em uma crise duradoura, que lembra a que afeta o Japão desde a década de 90. Os japoneses têm hoje o mesmo PIB de 1992 e entraram nessa Era do Gelo por conta de uma crise bancária causada também pelo estouro do mercado de imóveis. Ou seja, pelo mesmo tipo de caminho que a recessão americana começou, arrastando com ela o resto do mundo.
Para os países ricos, ele prevê mais dois anos de recessão e talvez uma década de estagnação. Acha que a Alemanha é o país mais encrencado do grupo e que a Inglaterra, por estar fora da Zona do Euro, pode sair antes dos demais. Desatrelado ao Euro, ela deixou sua moeda se desvalorizar, incentivando as exportações. Veja a entrevista completa no The Guardian.

Krugman parece pessimista demais em relação ao mundo e igualmente confiante na sua capacidade de prever o futuro. Ele está contra a maré, pois há sinais de que o fundo do poço passou. O reinado dele como prêmio Nobel do ano também termina no segundo semestre de 2009, quando o prêmio será novamente concedido.
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junho 16, 2009

Você adia as tarefas?

procrastination

Tim Harford, economista e colunista, mantém uma espécie de consultório econômico no Financial Times. Ele aceita todo tipo de pergunta dos leitores. Veja a dica sobre como fazer tudo a tempo e a hora.

Dear Economist: Can you help me to stop procrastinating?

I tend to procrastinate and leave tasks until the very last moment. As a consequence, I always feel as though I could have done more and that my potential has been somewhat unfulfilled. However, I find I concentrate much better and am more prolific with a deadline dangerously close. Can economics help me resolve this tension?

T.N., Limerick, Ireland

junho 15, 2009

O problema do Brasil é a poupança!


Não é da poupança como postergação do consumo que estou falando, mas daquela aplicação financeira garantida pelo governo, com recursos destinados à habitação e que é isenta de impostos. A queda nas taxas de juros apresenta um dilema para o governo: o que fazer com a poupança? Para a maioria das pessoas, mexer na poupança é sinônimo disso e assim o governo atual terá que fazer malabarismos para dizer que não fez nada com os poupadores. A incerteza sobre confiabilidade das nossas instituições criou remendos como a poupança ou o investimento em imóveis, considerados alternativas seguras para o poupador no passado. Os juros mais baixos abrem uma oportunidade histórica para o mercado acionário brasileiro, fundamental em qualquer país desenvolvido. Sem instituições fortes, no entanto, os velhos hábitos - como guardar dinheiro debaixo do colchão - podem se manter, até que a inflação continue a penalizar quem dela não pode se proteger ou quem sabe coisa pior