maio 29, 2009

Novo dólar para uma nova economia

dolar_redesign

O designer Richard Smith quer reaquecer a economia americana através de um redesenho do dólar. Ele lançou o Dollar ReDe$ign Project e está fazendo um concurso para escolher a nota mais bonita. Acima, a contribuição dele.

The American Dollar has not truly been redesigned since about the 1930s. The Dollar ReDe$ign Project is your opportunity to theoretically ‘change’ that. Yes, technically there are many limitations and complications when it comes to bank note design, but if the Swiss can do it on a regular basis, why can’t we North Americans too. Besides our great ‘rival’, the Euro, looks so spanky in comparison it seems the only clear way to revive this global recession is to rebrand and redesign. Why not ? It seems to work for everyone else …

Talvez fosse melhor que as notas mais feias vencessem o concurso. Quem sabe, assim seriam gastas, a recessão vencida e a economia ganharia uma nova subdivisão: macroeconomics aesthetics.

Dica: Raul Bueno

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maio 28, 2009

Quem quer pagar mais caro?



A Agência Nacional da Aviação Civil liberou no mês passado os descontos para as passagens aéreas internacionais, antes reguladas por uma política de preços mínimos. A medida já era para estar em vigor faz tempo, o último impedimento a atrasar os descontos consistia na alegação de uma companhia aérea, de que não se havia feito uma audiência pública sobre o tema! Pobre consumidor, ninguém lhe perguntou se queria mesmo pagar mais barato! A melhor maneira das empresas defenderem os interesses dos consumidores é inovando e descobrindo as suas necessidades, não fingindo ser seu porta-voz. Alguém aí com saudades dos talheres de prata da Varig?


maio 27, 2009

Razões da falência da GM e Chrysler


Greg Mankiw, conhecido economista de Harvard, está no mercado para comprar um carro para a filha. E descobriu que... nem os americanos querem os modelos das duas montadoras.

Dead last was Chrysler. CU recommended zero percent of the Chrysler vehicles they tested. That's right--zero. Second to last was General Motors. CU recommended 17 percent of GM models. By contrast, most other companies had half or more of their models get the thumbs up. Honda was the top ranked brand; CU recommended 95 percent of its models.

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maio 26, 2009

Gripe suína: pânico x fatos

Em todo o mundo, entre 24 de março e 06 de abril, morreram 31 pessoas de gripe suína. Ao mesmo tempo, de acordo com o Google News, foram publicadas 253.442 notícias sobre o assunto.

Nesse período, morreram 63.066 pessoas de tuberculose. O número de notícias publicadas foi 6.501.

Se dividirmos o número de notícias pelas mortes, chegamos a um índice chocante. Para cada morte de gripe suína, foram publicadas 8.176 notícias. Para tuberculose, o índice foi de 0,1.

Notícia velha não vende. Nem se for tragédia.

Período

24/Março a 06/Abril

13 dias

Gripe Suína

Tuberculose

Mortes

31

63.066

Notícias

253.442

6.501

Índice Notícias/Mortes

8.176

0,1

Veja o vídeo do Gapminder, instituto sueco que teve a idéia de fazer essa conta.

Dica: Raul Bueno

maio 25, 2009

Hoje é dia de não pagar impostos


Bem, ninguém disse que seria fácil, então se você estiver disposto a enfrentar fila e economizar alguns trocados para abastecer o carro, aproveite o dia da liberdade de impostos. A idéia é mostrar para a população que se não fosse o governo, a vida seria o maior barato (ou ao menos, mais barata). O brasileiro de classe média acha que paga muito imposto de renda (o que não é assim tão verdade, comparativamente) e o de classe mais baixa, se ilude achando que não paga imposto. Na verdade, a maior mordida do leão é aquela que a gente não vê, e pior, quando vê, não entende como se calcula (dê uma olhada rápida no ICMS da sua última conta de luz e você vai entender do que estou falando). Se não bastasse o tamanho dos tributos, que tal saber quanto tempo as empresas brasileiras gastam para cumprir a legislação tributária? Segundo o último relatório do Banco Mundial e da empresa de consultoria PriceWaterHouseCoopers, são 2600 horas por ano! O Brasil é o campeão mundial neste quesito. A escolha do dia de hoje para a comemoração é uma brincadeira com o tempo que teríamos que trabalhar só para pagar os impostos, cerca de 145 dias desde o início do ano. Um antigo bordão diz que o brasileiro só começa a trabalhar depois do carnaval, verdade ou não, parece que trabalhar para a gente mesmo, só muito depois disso.


maio 22, 2009

Quem não erra, não acerta nem descobre

"Se você não estiver preparado para errar, nunca estará preparado para produzir qualquer coisa original", é o ponto central da maravilhosa palestra de Ken Robinson sobre educação na Ted Talks. Esse inglês não poupa críticas nem piadas (é engraçadíssimo) sobre o sistema educacional clássico. Como ele diz, crianças não têm medo de oferecer uma solução errada, mas nossas escolas as embotam e, quando se tornam adultos, os mesmos indivíduos já perderam sua capacidade de criação.
Para ilustrar o potencial e a ousadia das crianças, conta a história da menina que estava desenhando em aula, quando a professora se aproximou e perguntou o que fazia. "Estou desenhando Deus", respondeu. A professora retrucou, "Mas ninguém sabe qual é a aparência de Deus". E a menina:"Espera um minuto. Quando acabar, todos vão saber".

(repare que, no site da TED, existe uma opção para adicionar legendas em inglês ao vídeo)


Dica: Fernando Coelho

maio 21, 2009

Imitar faz bem:o problema das patentes


O argumento em favor das patentes sempre esteve calcado na ideia (é, agora é sem acento mesmo!) de que sem proteção não há inovação. No entanto, as evidências em favor deste argumento podem estar ruindo. No livro "Against intellectual monopoly" (alternativamente, para ser coerente, você pode baixar o livro inteiro aqui) , os economistas Michele Boldrin e David Levine defendem que as patentes e direitos autorais podem estar sufocando a inovação, e que o monopólio temporário de ser o primeiro na produção do bem ou serviço, é suficiente para incentivar o desenvolvimento de novos produtos. Mesmo em indústrias como a farmacêutica, onde os altos custos de pesquisa e a incerteza envolvida na produção são grandes, há alguma evidência de que as patentes podem não ser tão necessárias; a Suíça, por exemplo, não tinha um sistema de propriedade intelectual neste setor até 1978. A entrevista com Boldrin sobre o livro você encontra aqui.

Dica: EconTalk

maio 20, 2009

Fraquezas e obsessões de Warren Buffett

the plain facts of his young character assemble themselves into something like a portrait of a universal loser--and yet right from the start Buffett himself seems to have been able to believe that the universe was wrong and he was right
Respeitado pela sua visão de longo prazo e virtudes morais, como por exemplo ser um bilionário de hábitos espartanos e fiéis à sua origem em Nebraska, parece que Buffett não gostou do perfil psicológico que Alice Schroeder, autora da biografia-tijolo 'The snowball: Warren Buffett and the business of life' (960 páginas!) traçou dele. O super investidor não imaginava que Schroeder iria além da sua carreira e mergulharia na psique, desde a formação de sua personalidade até pequenas fraquezas e desvios.

No momento em que o Berkshire Hathaway, fundo de Buffett amarga perdas de 35%, bem maiores que a média do índice S&P 500, Michael Lewis aproveita o livro e a atual berlinda do biografado para escrever uma longa e saborosa resenha, que ou abre o apetite sobre a obra ou, para quem não quer saber todos os detalhes da enfadonha vida pessoal de Buffett, o sacia.

As perguntas que ficam: vale a pena ser um bilionário de interesses estreitos e uma dieta de hambúrgueres? Será que, para quem parece gostar tão pouco de aproveitar a vida, os incômodos da fama e os sacrifícios do sucesso não superam os benefícios?

Outros trechos:
He confines himself to the diet of an eight-year-old, refusing to eat anything much beyond spaghetti, hamburgers, and grilled cheese sandwiches. Schroeder describes a bizarre scene in which Katharine Graham escorted Buffett to dinner at the Manhattan apartment of Sony Chairman Akio Morita. Japanese chefs served plate after plate that Buffett left completely untouched. "By the end of fifteen courses, he still had not eaten a bite," writes Schroeder (...)

As Schroeder puts it, "he tended to extrapolate mathematical probabilities over time to the inevitable (and often correct) conclusion that if something can go wrong it eventually will." This habit of mind informed not just his investment decisions but also much else--for instance, his obsession with nuclear proliferation. In Buffett's mind, it is not a question of if but when a nuclear bomb explodes in a big city, and the goal should be not to prevent it but to reduce the odds, and put the terrible day off for as long as possible (...)
Finally, and most critically, Schroeder stresses Buffett's obsession with money, which he famously views less as a unit of exchange than a store of value. Kay Graham once asked him for a dime to make a phone call and Buffett, finding only a quarter in his pocket, went off to make change. In telling the tale of Buffett's rise, Schroeder returns over and over to his pathological stinginess.

Dica: Marginal Revolution
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maio 19, 2009

Preguiçosa mas prudente, a Noruega dribla a crise

norway

Apesar de ser o terceiro maior exportador do mundo, a Noruega conseguiu evitar a chamada maldição do petróleo que atinge os países produtores. A maioria gasta mal as receitas provenientes dessa herança natural e desenvolve uma economia ineificiente, com frequência comandada por um governo autocrático. Dos 20 maiores exportadores de petróleo, 16 são ditaduras.

A Noruega, ao contrário, é democrática e próspera. Foi espartana na administração dessa riqueza inesperada, mantendo superávits nas contas públicas, que a permitiram suavizar o impacto da crise financeira e crescer quase 3% em 2008. No ranking mundial, é o segundo país em IDH e PIB per capita, com 52 mil dólares por ano.

Unlike Dublin or Riyadh, Saudi Arabia, where work has stopped on half-built skyscrapers and stilled cranes dot the skylines, Oslo retains a feeling of modesty reminiscent of a fishing village rather than a Western capital, with the recently opened $800 million Opera House one of the few signs of opulence.

Em compensação, continuou a manter talvez o mais gordo programa europeu de welfare.

“This is an oil-for-leisure program,” said Knut Anton Mork, an economist at Handelsbanken in Oslo. A recent study, he pointed out, found that Norwegians work the fewest hours of the citizens of any industrial democracy.

(…)

Just around the corner from Norway’s central bank, for instance, Paul Bruum takes a needle full of amphetamines and jabs it into his muscular arm. His scabs and sores betray many years as a heroin addict. He says that the $1,500 he gets from the government each month is enough to keep him well-fed and supplied with drugs.

Mr. Bruum, 32, says he has never had a job, and he admits he is no position to find one. “I don’t blame anyone,” he said. “The Norwegian government has provided for me the best they can.”

maio 18, 2009

Gripe suína: espirro de porco?

A gripe suína vem assustando o mundo com a confirmação de 8.480 casos em 39 países, segundo o último boletim da Organização Mundial de Saúde. Ainda assim, o número de mortes no México (principal país afetado), como percentual de pessoas infectadas pelo vírus é de pouco mais de 2%, e no mundo, menos de 1%. O pânico que se instaurou após as mortes associadas à doença no México, levou as pessoas a usarem máscaras e não saírem de casa por dias, sob forte recomendação do governo. Por que doenças que matam bem mais, não mobilizam os governos e a população da mesma forma? Em 2004, cerca de 5300 pessoas morreram de doenças relacionadas à diarréia no México. O tratamento em alguns casos requer apenas a terapia de hidratação oral e as doenças podem ser prevenidas com um cuidado básico da água utilizada pela população. O medo do desconhecido nos faz tomar decisões drásticas e impetuosas, ao mesmo tempo em que ignoramos problemas por vezes maiores e conhecidos; embora a gripe nova mereça atenção, talvez devêssemos nos preocupar menos com o espirro, e mais com esse (nosso) espírito de porco.


maio 15, 2009

Alpha: uma ferramenta de busca que resolve problemas

Nessa sexta, será lançado o Wolfram Alhpa, uma nova e extraordinária ferramenta de pesquisa em linguagem natural. Se funcionar como espera Stephen Wolfram, seu criador, será mais uma pequena revolução nas nossas vidas. Dessas que assimilamos sem perceber o pulo tecnológico que representa. O lançamento será às 21h, horário Brasília, e terá um webcast ao vivo.


Digite 'Internet users in Europe' e você terá um relatório completo e belamente organizado, mostrando o número total, a distribuição entre países e gráficos a respeito


Pesquise o nome de uma cidade e retornará todo o tipo de estatística sobre ela


Peça a integral de uma equação e Alpha fará o cálculo sem a menor cerimônia


Dica: Lifehacker
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maio 14, 2009

Melhor nem pensar a respeito...

A internet resolveu inúmeros problemas do passado, mas - por outro lado - deu novo impulso a um conhecido dilema humano, a procrastinação. Os brasileiros estão entre os campeões de horas de conexão, segundo uma pesquisa feita pelo Ibope ano passado. As empresas, cientes do problema, aplicam restrições quanto ao uso do e-mail pessoal e sites de relacionamento durante o expediente. Os filósofos Joseph Heath e Joel Anderson analisam a questão da procrastinação e questionam a importância da explicação usual, baseada na falta de força de vontade. Não que a capacidade de autocontrole seja desnecessária, mas os autores enfatizam que o que ocorre dentro da mente pode ser menos importante do que está à nossa volta, quando a preocupação é completar as tarefas:


"Looking inside someone's office, their kitchen pantry, their bedroom, or even on their computer 'desktop', what one sees is an entire structure of cognitive and volitional scaffolding, a system that this person uses in order to accomplish (with varying degrees of success) routine tasks. Many aspects of the way this environment is organized are intended to facilitate self-control. People who are good at environmental manipulation try to organize their affairs in such a way as to make certain activities easier and others harder”


A dica é preparar o ambiente de trabalho e livrá-lo das tentações, isto porque ao invés de resistir a elas, o melhor é nem pensar a respeito. Mas caso todo o resto dê errado, você sempre pode usar a “filosofia” da Nike.