maio 18, 2009

Gripe suína: espirro de porco?

A gripe suína vem assustando o mundo com a confirmação de 8.480 casos em 39 países, segundo o último boletim da Organização Mundial de Saúde. Ainda assim, o número de mortes no México (principal país afetado), como percentual de pessoas infectadas pelo vírus é de pouco mais de 2%, e no mundo, menos de 1%. O pânico que se instaurou após as mortes associadas à doença no México, levou as pessoas a usarem máscaras e não saírem de casa por dias, sob forte recomendação do governo. Por que doenças que matam bem mais, não mobilizam os governos e a população da mesma forma? Em 2004, cerca de 5300 pessoas morreram de doenças relacionadas à diarréia no México. O tratamento em alguns casos requer apenas a terapia de hidratação oral e as doenças podem ser prevenidas com um cuidado básico da água utilizada pela população. O medo do desconhecido nos faz tomar decisões drásticas e impetuosas, ao mesmo tempo em que ignoramos problemas por vezes maiores e conhecidos; embora a gripe nova mereça atenção, talvez devêssemos nos preocupar menos com o espirro, e mais com esse (nosso) espírito de porco.


Um comentário:

Daniela Caride disse...

A resposta americana à gripe suína, acredito eu, está mais relacionada ao fato de o país não querer repetir o mesmo erro duas vezes. Estou me referindo ao furacão Katrina. O governo não deu muita bola e o desastre foi horrendo. A imagem de muita gente saiu ferida e muita gente morreu. Acho que para evitar um outro "mico", os Estados Unidos vão reagir fervorosamente a qualquer acontecimento com potencial fatal. Acho uma boa idéia. Melhor do que ignorar e esperar pra ver o que acontece.