maio 07, 2009

Bode expiatório: precisamos dele

O aquecimento global é um problema que vem demorando a mobilizar com seriedade os países quanto ao seu enfrentamento. Em parte, isto é devido a dificuldade em mensurar seus efeitos com precisão, o motivo mais provável, porém, pode ser efeito do jeito como nosso cérebro funciona. Segundo o professor de psicologia de Harvard, Daniel Gilbert, o problema do efeito estufa é que ele não tem cara, não tem vontade própria e assim não podemos pôr a culpa dele existir em algum terrorista ou ditador insano. Ainda mais fundamental, diz Gilbert: "ele não está tentando nos matar e não causa repulsa a ninguém" ; talvez seja por isso que a maior preocupação dos ambientalistas de plantão é dramatizar em imagens, algo que para muitos soa tão distante quanto a idéia de um oceano subindo devagarinho...




3 comentários:

D disse...

Muito interessante esse post. As vezes não percebemos como nós funcionamos e a inércia que nos move muitas vezes é um motivo de se pensar: estaíamos nos movendo para onde? Para um fim, invariavelmente. Mas até o fim é relativo, pois como ter certeza que exista um fim absoluto?

Daniela Caride disse...

Geralmente o ser humano não se preocupa muito com o que vai acontecer quando ele já vai estar morto. C'est la vie. Ou será c'est la mort?

Rodrigo Ayres Padilha disse...

D e Daniela,
Eu recomendo o livro do Gilbert "Stumbling on Happiness", para uma série de exemplos onde (e porque) falhamos ao tomar decisões sobre o futuro ou mesmo no que diz respeito ao que nos lembramos sobre o passado; o livro tem um título infeliz (com o perdão do trocadilho) de auto-ajuda, mas não é nada disso...