O Índice Big Mac da revista ‘The Economist’, cuja atualização pode ser vista em, confirma a percepção de que a mão-de-obra brasileira, onerada pelos encargos sociais, retira competitividade às exportações brasileiras.
O número de 30/07/2011 da revista celebra os 25 anos desse índice, que, embora tenha nascido como uma brincadeira para facilitar o entendimento do que é ‘paridade do poder de compra’, hoje é um padrão global, incluído em livros-textos de Economia e objeto de mais de 20 trabalhos acadêmicos. Como parte dessa celebração, a revista acrescentou agora uma versão mais sofisticada do índice, que leva em consideração o chamado ‘efeito Balassa-Samuelson’, segundo o qual é natural que os preços em economias emergentes, onde a mão-de-obra é mais barata, sejam por isso mais baixos que em economias desenvolvidas.
Isto é confirmado pelo fato demonstrado pela ‘The Economist’, de que o preço de um sanduiche Big Mac em dólares, nos diferentes países, mostra uma forte correlação positiva com o PIB per capita desses países. A revista passa então a mostrar dois números. Um é a simples comparação de preços do sanduiche Big Mac, ao câmbio corrente, no país e nos EUA. O outro é resultante da comparação do preço que deveria ser observado no país, em função da sua relação com o PIB per capita, com o preço nos EUA. Os resultados mudam substancialmente, uma vez efetuada essa correção.
No caso da China, o yuan passa de 44% subvalorizado para 3% supervalorizado. Ou seja, levando-se em conta o quanto a China é mais pobre que os EUA, e sua mão-de-obra consequentemente mais barata, sua moeda está muito próxima do seu justo valor face ao dólar norte-americano.
No caso do Brasil, acontece o contrário. O índice Big Mac puro mostra que o real se encontra 52% supervalorizado em relação ao dólar. Mas o índice corrigido revela uma supervalorização de 149% do real em relação ao dólar norte-americano.
Esta verificação ressalta um dos nossos principais problemas atuais: a mão-de-obra brasileira está muito cara em relação à sua produtividade. É preciso, com urgência, desonerar nossa mão-de-obra da pesada carga tributária imposta pelos chamados encargos sociais, os quais mais do que duplicam o seu custo para os empregadores. E não como o governo está pretendendo fazer - de uma forma seletiva, para alguns setores privilegiados - mas de uma forma generalizada, para todos os setores produtivos do país.
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