abril 27, 2009

Totalitarismo: inferno na terra, céu na imaginação


Uma busca de 'totalitarismo' no Google Images retorna muitas fotografias do ditador Russo Josef Stalin. Sua coletivização forçada da agricultura (especialmente na Ucrânia) matou de fome entre 6 e 11 milhões de camponeses. Somando outros crimes, como os campos de concentração do Gulag e as deportações de minorias, o total fica na ordem de 20 milhões de mortos.

Como um país chega a tal regime? Primeiro, vende-se o ceú. Em seguida, persegue-se todos aqueles que discordam ou apontam defeitos como traidores da grande meta. Abaixo, o processo de dourar o totalitarismo com mística e poesia é descrito com brilho por Milan Kundera, escritor Checo, autor entre outros da 'Insustentável leveza do ser' e 'A brincadeira'. Vale a pena ler todo o artigo.

Totalitarianism is not only hell, but all the dream of paradise-- the age-old dream of a world where everybody would live in harmony, united by a single common will and faith, without secrets from one another (...)If totalitarianism did not exploit these archetypes, which are deep inside us all and rooted deep in all religions, it could never attract so many people, especially during the early phases of its existence (...)

People like to say: Revolution is beautiful, it is only the terror arising from it which is evil. But this is not true. The evil is already present in the beautiful, hell is already contained in the dream of paradise and if we wish to understand the essence of hell we must examine the essence of the paradise from which it originated. It is extremely easy to condemn gulags, but to reject the totalitarian poesy which leads to the gulag by way of paradise is as difficult as ever.


Dica: Marginal Revolution

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Um comentário:

D disse...

Seu blog é muito legal e interessante. Estou sempre por aqui.
Abraço.
De.

www.imaginalismo.blogspot.com