Fazendo uma pausa na nossa discussão sobre as correções desejáveis no sistema político-eleitoral brasileiro, recomendo a leitura da revista ‘Veja’ de 09/03/2011, que traz duas interessantes matérias. Uma é a entrevista do Prof. Walter Williams, da George Mason University (um dos centros de pensamento liberal nos EUA), que aborda o problema da pobreza e sua conexão com a discriminação racial e enfatiza os danos que políticas compensatórias mal concebidas têm causado naquele país.
Para quem não sabe, George Mason foi um líder político do estado norte-americano da Virgínia no fim do século XVIII e membro importante da Assembleia Constituinte dos EUA. Quem quiser conhecer o fascinante processo deliberativo que gerou a primeira constituição democrática dos tempos modernos deve ler ‘The Genius of the People’, de Charles L. Mee (preço: US$17,90 mais a remessa, na Amazon).
A outra matéria interessante desse número da ‘Veja’ é ‘Mamãe, eu quero mamar’, que retrata o troca-troca de partidos pelos políticos brasileiros, a falta de consistência ideológica dos nossos paridos e as propostas em discussão para mudança do sistema eleitoral. Ela não traz grandes novidades para quem está participando do nosso blog, mas fornece algumas informações complementares muito úteis.
Por último, recomendo ler na página ‘Economic focus’ da ‘The Economist’ de 05/03/2011, o artigo Stagnation or inequality sobre o livro ‘The Great Stagnation’, do Prof. Tyler Cowen, também da George Mason University, segundo a revista ‘o livro de Economia mais falado até agora neste ano’. Cowen explica a estagnação dos salários norte-americanos desde a década de 1970 com base no esgotamento das oportunidades para crescimento rápido da produtividade nos EUA.
O artigo compara essa explicação com outras, baseadas, não na taxa de crescimento total, mas na crescente desigualdade na distribuição dos incrementos de renda obtidos. ‘The Economist’ termina por discordar em parte da tese do Prof. Cowen, mas não a descarta como um todo, pois reconhece que esta é uma questão importante ainda em aberto e nenhuma das explicações disponíveis pode ser considerada completamente satisfatória.
Um comentário:
No carnaval confesso que não li, mas agora vi que são boas essas matérias mesmo. A entrevista com o Prof. Walter Williams é excelente, pena que no Brasil o pensamento dele seja tão raro (creio que até mesmo nos EUA deva ser).
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