dezembro 21, 2009

Incentivos terroristas

O sacrifício que eles pedem é muito grande. As mil virgens do paraíso não são, digamos assim, uma promessa muito concreta. E ainda assim o Hezbollah consegue manter um exército de soldados motivados, na difícil missão de lutar contra um inimigo muito mais poderoso.

As regras rígidas do extremismo muçulmano têm exceções que fazem a gente entender como aqueles indivíduos prosseguem na sua guerra insana. Eis que descobrimos a “mutaa”, um acordo entre homens e mulheres que corresponde a um casamento “temporário”; tudo dentro da lei religiosa. Combina-se o tempo e o dote e no mais é como se fosse um casamento convencional. É claro que a coisa não é tão simples assim paras mulheres, como de resto no Islã: elas só podem se casar com muçulmanos, eles, com mulheres de qualquer religião (desconfio que com judias a coisa seja um pouco mais complicada!)

A história original você encontra aqui.

dezembro 13, 2009

Enfant Terrible

Morreu hoje Paul A. Samuelson. Quem não é economista provavelmente nunca ouviu falar dele, talvez os novos economistas também não, dado que o seu livro de introdução à economia não é mais o número um há vários anos. É bem possível que eles tenham ouvido falar do Paul Krugman, ganhador do Nobel no ano passado (Samuelson foi o primeiro americano agraciado com o prêmio, em 1970), mas basta abrir o livro de economia internacional do Krugman e lá está Samuelson, em quase todas as notas de rodapé dos primeiros capítulos, responsável pelos teoremas mais importantes, tanto que Krugman não se contém e brinca: "Ele, de novo!"

E assim repete-se a história em muitas outras áreas da economia, o último generalista da disciplina! Aos 22 anos já escrevia artigos científicos que até os dias de hoje são referências (como o seminal sobre a teoria da preferência revelada), recebendo então o apelido de Enfant Terrible, pela precocidade com que deixava a sua marca na profissão.

Não seria muito exagero dizer que Samuelson foi uma revolução na economia, traduzindo boa parte da teoria econômica para a forma matemática e dando o tom dos avanços da disciplina a partir daí. Está certo que já faz alguns anos que tal procedimento é criticado pelo excesso, mas senão pelo fato de que inverteram a função samuelsoniana, onde a teoria econômica precedia a sua forma matemática. A matemática é uma linguagem insistia Samuelson, com a vantagem de que é mais fácil através dela descobrir que hipóteses levam a quais conclusões: "we are forced to lay or cards on the table, so that all can see our premises"(pág. 9). Ah, se os discursos políticos fossem assim!

Talvez isto já não seja verdade hoje, com pesquisadores descobrindo onde podem aplicar seus novos teoremas matemáticos na economia. Boa parte da economia se tornou o que chamou Friedman de um jogo entre acadêmicos inteligentes com pouca ou nenhuma precupação de como tal jogo se encaixa no mundo aqui fora (sexto parágrafo, quinta linha).

A despeito dos abusos, a economia avançou após Samuelson e o encantamento com a matemática que ele ajudou a criar há de reconhecer as suas limitações, ou melhor, seu uso indiscriminado.

Na nona edição do seu livro introdutório de economia que tenho aqui, lê-se ao final:

"My envy goes to the reader, setting out to explore the exciting world of economics for the first time. That is a thrill which, alas, no one can experience twice. To you who are about to begin, may I only say, bon appetit!"

Adeus ao professor, nosso eterno Enfant Terrible!

novembro 05, 2009

Por favor, devolva o prêmio Nobel...

Em 2002, logo após ser agraciado pelo Nobel de economia, Joseph Stiglitz escreveu um artigo com Peter Orzag (hoje o diretor responsável pelas propostas da Casa Branca para o orçamento americano) sobre os possíveis custos de socorro às duas maiores empresas ligadas ao setor imobiliário americano, Fannie Mae e Freddie Mac. Isto é, são duas firmas que se especializaram em comprar hipotecas de vários bancos ao redor dos EUA e transformá-las em ativos financeiros, repassando-os a outros bancos. A idéia é boa pois reduz o risco de falência de bancos imobiliários com mercado locais, mas o problema é que a qualidade das hipotecas envolvidas nesta operação só veio diminuindo com a aceitação das famosas sub-prime, isto é, de alto risco. Ambas as empresas continham uma série de garantias do governo americano, sendo chamadas de GSE (government sponsored enterprises, ou empresas "patrocinadas" pelo governo) que na prática diminuiam em muito os riscos associados à operação com estas empresas.

A conclusão do artigo é que o risco de quebra destas empresas era de cerca de 1 chance em 500.000 na pior das hipóteses, podendo chegar a 1 em 3 milhões! Logo, o custo esperado do resgate das empresas pelo governo americano (na simulação deles, prover uma garantia de 1 trilhão de dólares) seria da ordem de "apenas" 2 milhões de dólares (ou seja, o 1 trilhão vezes a probabilidade de quebra 1/500.000).

Seis anos depois, em julho de 2008, as duas empresas tiveram que ser estatizadas pelo governo americano, que até o presente momento, gastou cerca de 287 bilhões de dólares com as duas empresas.

O artigo foi escrito para uma série chamada Fannie Mae Papers e curiosamente foi retirado da página deles. Talvez o Stiglitz devesse devolver o prêmio Nobel, para ajudar a pagar a conta salgada da roleta financeira que estas empresas impuseram ao povo americano, talvez ajudadas pelo carimbo de confiança nobelista...

Dica: EconTalk (entrevista com Charles Calomiris)

outubro 22, 2009

Uma dieta do cão?

Um estudo dos eco-arquitetos Brenda e Robert Vale sugere que o melhor amigo do homem não é o melhor amigo do meio ambiente. A partir de estimativas do consumo de carne e cereais pelos cães, os arquitetos chegaram à conclusão que um pastor alemão tem o mesmo impacto ambiental (ou no termo da moda, a mesma pegada ecológica) que uma Picape rodando 10.000 Kms por ano. Já os gatos são apenas um pouco menos nocivos que um Golf ! O livro dos arquitetos: "Time to Eat the Dog? The real guide to sustainable living" vai dar o que falar. Agora só faltam os chineses virem com a história de que eles estão fazendo a sua parte para impedir o aquecimento global!

Dica: EconLog

setembro 29, 2009

Fundo anti-crise

Os governos dos EUA e da Europa se esforçam para apresentarem medidas de reformulação do sistema financeiro; uma regulação mais estrita é o resultado mais provável. No entanto, a falha enorme de regulação, principalmente no que concerne ao crescimento desordenado da securitização das hipotecas (isto é, transformar as dívidas que os compradores de imóveis tomaram em instrumentos financeiros) lança suspeita sobre a eventual eficácia de tais poderes adicionais em proteger a economia de novas crises. Uma proposta de Edward Glaeser, professor de Harvard, é constituir um fundo anti-crise, taxando os bancos à medida que eles assumam mais riscos do que é considerável prudente. Os fundos seriam então revertidos para arcar com os custos de uma eventual necessidade de injeção de recursos nos bancos caso venha nova crise. Alguma coisa me diz que, embora a idéia seja boa, na medida em que o fundo comece a arrecadar, o governo vai pensar em fazer alguma coisa "produtiva"com este dinheiro "parado"; quem sabe não incentivar os pobres a comprarem as suas casas? Ou trocar a lata velha da garagem?

setembro 20, 2009

Lápis de cera (e porco)

alg_pig_in_boots

Na nossa sociedade high-tech é incrível o quanto ainda dependemos de produtos animais.

05049 was an actual pig, raised and slaughtered on a commercial farm in the Netherlands. Rotterdam designer Christien Meindertsma was shocked to discover that she could document 185 products contributed to by the animal.

Dica: Marginal Revolution

setembro 15, 2009

O fim da recessão?


A crise econô
mica ficou para trás, sugere o presidente do banco central americano, Ben Bernanke. O que aconteceu com as previsões apocalípticas do ano passado? cadê a nova Grande Depressão? Faz um ano que o Lehman Brothers quebrou e iniciou um pânico generalizado na economia mundial, com os governos dos países desenvolvidos tomando medidas enérgicas de intervenção nos mercados financeiros, salvando bancos e empresas com empréstimos bilionários. Os indicadores econômicos começam a melhorar, mas a crise econômica pode ser mais profunda, se a mensagem que ficar é que os governos salvaram o mundo dos capitalistas selvagens, quando na verdade boa parte do que foi feito é de pleno interesse daqueles que mais contribuiram para que a crise começasse em primeiro lugar.


setembro 02, 2009

A África hoje é mais rica que a Espanha há 100 anos

O mundo ainda tem muita pobreza e está longe do ideal, mas a população de países pobres, hoje, em vários aspectos, vive melhor do que a população dos países ricos de 100 anos atrás.
The spread of these technologies has helped expand economies, improve quality of life, and extend health. About 10 percent of infants die in their first year of life in Africa -- still shockingly high, but considerably lower than the European average less than 100 years ago, let alone 800 years past. And about two thirds of Africans are literate -- a level achieved in Spain only in the 1920. (…)
Hardly. Malthus's world was one of stagnant economies where population growth was cut short by declining health, famine, or war. Thanks to the spread of technologies and new ideas, African economies are expanding fast and population growth has been accompanied by better health.
The continent of Africa has seen output expand 6½ times between 1950 and 2001. Of course, the population has grown nearly fourfold, so GDP per capita has only increased 67 percent. But that's hardly stagnation. Indeed, only one country in the region (the Democratic Republic of the Congo) has seen GDP growth rates average below 0.5 percent up to this year -- the run-of-the-mill growth rate when Malthus was writing in early 19th-century Britain.
Dica: Marginal Revolution

agosto 30, 2009

Como funciona o “Freemium”

Fred Wilson, the New York venture capitalist, codified this model and popularized a term for it: freemium. And he continues to receive an enthusiastic reception to the idea on his blog, A VC.

But the question remains. Just how does it work? Phil Libin, the chief executive of Evernote, a start-up in Mountain View, Calif., was kind enough to give me a tour of his privately held company’s financials to reveal the mystery.

The company gives away a Web application that saves data you accumulate. You can use it to keep a wide range of information: meeting notes and voice memos, for example, or even photographs of wines consumed or recipes found in magazines. The information is stored on the company’s computers so all the data can be synchronized on every computer the customer uses — and on smartphones as well.

O artigo do NYT explica como esse monte de empresas de serviços de internet pretende ganhar dinheiro com o modelo Freemium. No caso do Evernote, o sucesso é bem provável, porque se trata de uma das melhores maneiras, se não for a melhor, de manter anotações online.

agosto 24, 2009

Qual a razão biológica do sono? Economia

As explicações de porque dormimos em geral buscam algum processo biológico que ocorre durante o sono, como, por exemplo, fixação de memórias. Mas uma nova teoria especula que dormir é simplesmente uma forma de poupar energia quando ela não é necessária. E a característica mais impressionante do sono é a facilidade em que ele é revertido novamente em estado de alerta. Em resumo, temos um excelente mecanismo de poupar energia que pode ser interrompido rapidamente se for necessário voltar à atividade.
Sleep duration, then, is determined in each species by the time requirements of eating, the cost-benefit relations between activity and risk, migration needs, care of young, and other factors. However, unlike hibernation and torpor, Siegel said, sleep is rapidly reversible — that is, animals can wake up quickly, a unique mammalian adaptation that allows for a relatively quick response to sensory signals.
Humans fit into this analysis as well. What is most remarkable about sleep, according to Siegel, is not the unresponsiveness or vulnerability it creates but rather that ability to reduce body and brain metabolism while still allowing that high level of responsiveness to the environment.

agosto 13, 2009

A Crise e a Economia


Desde o início da crise econômica mundial, a própria disciplina de economia (em especial a macroeconomia, que trata dos problemas de desemprego, inflação, etc) foi arrebatada por dois fenômenos interessantes. De um lado, o assunto não atraía a atenção das pessoas com tanta força como vem fazendo, há muito tempo. De outro, os economistas foram pegos de supresa pelos efeitos da crise, um bolha imobiliária que não era a primeira nem será a última, levou o sistema financeiro americano por água abaixo.

Os críticos, com um certo exagero, foram rápidos em anunciar que quase tudo o que se aprendeu no passado recente precisa ser repensado. As correntes ideológicas, mais rápidas ainda, em apontar os bodes expiatórios da crise (por exemplo, "a culpa é da ganância do setor financeiro" ou do "governo intervencionista"). Em quem acreditar?

Seja qual for o veredicto da história sobre as origens e causas propagadoras da crise, a discordância entre os economistas deixa algo muito claro: a população leiga e interessada não pode ficar à margem do debate, está mais do que na hora da economia entrar para o currículo escolar.

Atualização: Hoje é Dia do Economista, eu juro que o tema do post foi pura coincidência!

agosto 10, 2009

O fim da recessão no Brasil tem hora marcada


As notícias no front econômico foram um pouco mais animadoras na última semana. O desemprego americano caiu ligeiramente, e a inflação brasileira atingiu o centro da meta no acumulado de 12 meses pela primeira vez desde o final de 2007. A recessão mundial ainda não é passado; aliás a queda da inflação no Brasil é - em parte- benefício de menores vendas externas de alimentos dada a diminuição da demanda mundial. Alguns economistas acreditam, por exemplo, que os juros terão que subir no futuro para conter os efeitos da "política anticíclica" brasileira.

É difícil tecer qualquer previsão para a economia brasileira no curto prazo, não por causa das incerteza quanto à crise. Ano que vem a recessão vai acabar de um jeito ou de outro para o Brasil: é ano de eleição para presidente, e a julgar pelo acontecimentos recentes do Senado, nada de pior pode vir de fora.


agosto 06, 2009

A profissão do futuro

Fonte: http://calipolensebasket.wordpress.com/

O mundo digital tornou muito barata a produção de estatísticas sobre tudo. Os bancos de dados reproduzem-se com enorme facilidade nas empresas; saber analisar o seu conteúdo é a profissão do futuro. O estatístico, profissão até pouco tempo tão charmosa e atrativa quanto a de contador, tem tudo para ser o profissional da próxima década. Por exemplo, a companhia de maior sucesso na internet, o Google, emprega os conhecimentos estatísticos para aprimorar o seu mecanismo de buscas. Já dizia Lord Kelvin, o físico famoso:

"When you measure what you are speaking about and express it in numbers, you know something about it, but when you cannot express it in numbers your knowledge about is of a meagre and unsatisfactory kind."

Exageros à parte, ignorar hoje o conselho de Lord Kelvin é meio caminho andado para entrar na estatística, dos desempregados!

agosto 04, 2009

A porta de saída

Emergency Exit

Ben Bernanke, presidente do FED, o banco central americano, explica qual é a estratégia para impedir que o estímulo monetário se transforme em inflação quando a recessão terminar.

My colleagues and I believe that accommodative policies will likely be warranted for an extended period. At some point, however, as economic recovery takes hold, we will need to tighten monetary policy to prevent the emergence of an inflation problem down the road. The Federal Open Market Committee, which is responsible for setting U.S. monetary policy, has devoted considerable time to issues relating to an exit strategy. We are confident we have the necessary tools to withdraw policy accommodation, when that becomes appropriate, in a smooth and timely manner.
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agosto 03, 2009

Capitalismo x Socialismo

EndCapitalism

Esse cartoon me lembrou a frase atribuída a Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta: – Capitalismo é a exploração do homem pelo homem. O socialismo é o contrário.

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agosto 02, 2009

Um imposto nada tradicional.

Foto: http://www.flickr.com/photos/jamescridland/

Pobres Pubs ingleses. Símbolo maior da tradição Bretã, o encontro com os amigos depois do expediente para tomar um pint está em fraca decadência, são cerca de 50 estabelecimentos fechando as portas todas as semanas no Reino Unido. Segundo a revista The Economist, a tradição é ameaçada pela crescente taxação da bebida fora de casa, de 8 centavos de Libra por pint em 1980 para os 38 centavos atuais. O consumo de cerveja em geral segue em alta, porém agora dentro de casa. As famosas casas públicas da Inglaterra talvez seja extintas por uma política...bem, uma política pública, com o perdão da palavra.

julho 31, 2009

Dilema dos prisioneiros na prática

O Dilema dos Prisioneiros é uma situação clássica da Teoria dos Jogos. Imagine que dois criminosos são presos por furto, mas existe a suspeita de que tenham praticado um assassinato. A pena para o furto é de dois anos. A polícia os separa e barganha uma redução no tempo de xadrez: denuncie seu comparsa e pegue 6 meses de prisão, enquanto ele pegará 30 anos. Para os dois, em conjunto, o melhor é ficarem quietos e enfrentarem a pena de furto. Mas um não sabe o que o outro fará. Assim, por medo de traição, o resultado mais provável é um acusar o outro de assassinato e os dois passarem décadas na prisão.

Na vida real, a estrutura do Dilema dos Prisioneiros se repete em vários cenários comuns, inclusive nos esportes juvenis.
Believe it or not, there is a striking parallel between countries pouring money into weapons systems, firms competing for customers and parents pushing their young kids to play sports younger, faster, harder and longer. They all consume a lot of resources without necessarily leaving anyone better off. In fact, all parties might have been better off if the "competition" had never started in the first place.

julho 30, 2009

Pagando para dormir sossegado.














Fonte: http://www.myzeo.com

Imagine um alarme que só é acionado caso você não esteja em sono profundo; você só estipula um limite de hora que não pode ser ultrapassado, e ele te acorda em algum momento anterior mais propício, com uma música, que só aumenta caso você não esteja respondendo ao som?

David Pogue, do NY times, analisou o Zeo, um alarme inteligente que monitora as suas ondas cerebrais durante à noite, por um bagatela de 400 dólares. O aparelho funciona através de uma espécie de bandana que você amarra na testa, transmitindo os sinais para o alarme no seu criado-mudo.

O fabricante do alarme hi-tech promete uma melhora nas suas noites de sono, pois você pode descarregar os dados no seu computador e analisar quanto tempo passou a noite em sono profundo ou no REM (rapid eye movement), fases restauradoras do descanso, e quantas horas se passaram de sono leve e mesmo acordado...

No seu teste, Pogue conclui:

Just watching the Zeo track your sleep cycles doesn’t do anything to help you sleep better. Plotting your statistics on the Web doesn’t help, either.

But the funny thing is, you do wind up getting better sleep — because of what I call the Personal Trainer Phenomenon. People who hire a personal trainer at the gym wind up attending more workouts than people who are just members. Why? Because after spending that much money and effort, you take the whole thing much more seriously. (grifo meu)

Nada surpreendente para o leitor do Almoço Grátis!


julho 29, 2009

Renda x Altura

tallwoman
Tome sua vitamina, garoto. Há várias evidências de que altura está correlacionada com sucesso. Esse estudo mostra que os mais altos levam a melhor no mercado de trabalho:
"Our estimates suggest that if the average man of about 178 centimetres gains an additional five centimetres in height, he would be able to earn an extra $950 per year - which is approximately equal to the wage gain from one extra year of labour market experience", explained co-author Professor Andrew Leigh.
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julho 28, 2009

Crônica de uma escassez anunciada

A melhor maneira de desestabilizar qualquer setor da economia é mexer com as regras do jogo. Pela primeira vez na sua história, a Venezuela, produtor tradicional, vai ter que importar café, consequência do controle de preços imposto pelo seu governo, que está causando o sumiço de diversos bens. Por seu lado, a Argentina derrubou sua produção agrícola, maior fonte de divisas do país, aumentando as taxas sobre os produtores a níveis exorbitantes. A área plantada de trigo, produto importante e tradicional do país, vai voltar aos níveis de 1902.
Venezuela is known to produce some of the best quality Arabica coffee anywhere and, unlike many countries in the region, traditionally consumed most of it itself.
But more recently large quantities of coffee have been smuggled across the border to Colombia, where prices have been more than double the fixed 470 Bolivares ($218) per bag that producers are paid in Venezuela.
Dica: Marginal Revolution
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julho 27, 2009

Que globalização queremos?

Um artigo interessante publicado no livro de 2007, “Globalization and Poverty” da NBER (o equivalente americano ao IPEA brasileiro), discute um paradoxo para grande parte dos economistas: “Why are the critics so conviced globalization is bad for the poor?” é o título do artigo.

As conclusões de Emma Aisbett, autora do estudo, é que as evidências apresentadas por ambas as partes do espectro ideológico (pró e contra globalização) são frágeis, em parte devido a diferenças metodológicas difíceis de serem resolvidas (como o cálculo da pobreza baseado em cestas de consumo diferentes entre os países) ou em diferenças de interpretação sob a importância do indicador em questão (como os números de desigualdade de renda absoluta e relativa). A China e Índia são citadas como exemplos inequívocos dos benefícios da globalização para os pobres, mas várias dúvidas persistem: o que fazer, por exemplo, com aquelas minorias que sofrem com a abertura dos mercados?

A solução para os problemas pode estar no fim do desinteresse das nações com o aspecto favorito da globalização para os economistas.